21 de agosto de 2010

• Tudo transparece

agosto 21, 2010 27 Comments

Transparência entre sentidos
E grande indulgência
Acerca-se sobre todo o espaço
Modesto e com passos largos

O que preciso? Já não me indaga
Lugar postiço, não me esmaga
Acostumo-me a não me encontrar
Na onda desse som a ecoar

Porque essa aflição inventada
Não se passa de palavras paradas
Transparente essa luz ilumina
Na envolvente neblina

Descrevo bem mais que o sentido
No transparente mundo dividido
Deixo-me transparecer
Permito que tudo possa se perceber
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Autoria: Franciéle R.Machado

14 de agosto de 2010

• Lacuna de imperfeição

agosto 14, 2010 13 Comments
Você marcou algo no meu coração
Seria segredo se não fosse cada olhar
É ruim se esconder em imperfeição
Sempre se ouve algo no silenciar
Não é nada, a sua ausência total
Em acaso ando me perdendo isolada
Acho que você é um ser irreal
Sumiu e deixou alguma parte marcada

Terno tem sido somente sentir aperto
No coração propenso a inquietação
Só que ao menos só estive perto
Não falei nada no meio da agitação
Que descontente arranca a miragem
Silenciosa que cobre o depois
Sentir pode ser de passagem
Que vai querer quebrar a nós dois

Só sente algo desnorteado e não quebra
Um grito soa do meu peito revoltado
A fim de quebrar das horas a regra
Insistindo para que passem rápido
A paciência estava sendo medida
Talvez eu nem saiba quem você venha a ser
E será uma desnecessária despedida
A confusão vai se corromper

Só acho que o menos doloroso é ser inconstante
Para a dor queria trazer esse calmante
E não o esperar a todo o instante
Isso só sufoca meu estado intolerante
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Autoria: Franciéle R.Machado
Imagem: Andrea Hubner

1 de agosto de 2010

• Eufórico tumulto

agosto 01, 2010 13 Comments



Desse eufórico tumulto sentimental
Um amor renascente, porém mortal
Assinando confissões já desprovidas
De total proeza escurecida
Via-me na incansável armadilha

Os ares recuaram e me deixaram
Contigo só me prepararam
A extremidade de toda a emoção
Quando escapam os pés do chão
De sentires essa grande ilha

É notado o tormento fascinante
Bem, até que o ruim se levante
Vou encarar qualquer distração
Esquecer do silêncio da estação
A admirar a morbidez

Há o embalar em uma indecisão
A folha a roer a sensação
Uma loucura de querer escrever
Internamente tudo se desfazer
Ao encontro da sensatez
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Autoria: Franciéle R.Machado