3 de fevereiro de 2011

• Literárias Correspondências



Um café esfriando ao léu
Uma ideia falando sozinha
E a capacidade de ir ao céu
Mesmo estando na cozinha


Vendo os fundos de casa
Com um leve som do ponteiro
E me dizem algo logo faça
Num instante fragmentado, não inteiro


E lá vem construções literárias
Que aparecem mesmo no inesperado
Soando sensações reais e diárias
A saudade de cada espaço amado



As literárias correspondências
A caixa do correio de lá está lotada
Lá no meu canto fica toda essência
Fora de lá apenas vivo atordoada


Talvez minha memória falha
Pare e não dispare sons de saudade
Essa sensação nem mesmo valha
Volte ao correr para a normalidade



E minhas literárias correspondências
Esperam por um afago meu
Por eu agora cheia de carências
Querendo acolher o meu eu



Disparam sons de saudade
É a mais dolorosa fraude
Literárias construções em espanto

Coisa que sinto por estar fora do recanto

---

Autoria: Franciéle R. Machado


( Um tempo distante de casa e escrevo isso.Começo falando do lugar amado e logo voltando ao lugar onde eu estava no momento, longe daquele lugar, do meu real recanto...)

9 comentários:

  1. Que bom que estás de volta... lindo poema!
    Parabéns!
    Bjos,
    *Simone*

    ResponderExcluir
  2. Longe de casa, longe do recanto amado. Bela poesia, Fran. Uma ótima quinta-feira, beijos no seu coração :)

    ResponderExcluir
  3. Ola!
    Que belo seu blog...
    Vou seguir.
    Sobre o texto: Gostei bastante tambem"
    Espero ansiosamente sua visita.
    Bjws" "(*_*)"
    http://nostudinhos.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  4. Olá, Franciéle!
    Belo retorno! Felicidades!
    O poeta é como o acupunturista. Vive nesse mundo como todos os demais, só que a sua percepção vai além da, de um simples mortal e utilizando seus escritos poéticos feito agulhas, vai aplicando-os, ágil e preciso, nos nossos pontos vitais que antes na maioria dos casos já nem funcionavam mais e assim... curando-nos! Para ficar bem compreendido: O poeta é o ser capaz de perceber beleza, aonde um outro só ver... lixo!
    Um abraço!!!!!

    ResponderExcluir
  5. Pelo que vejo voltas com toda a inspiração poetisa, prazer em tornar a ler teus versos, um lirismo e saudosismo sempre expressivos na forma como os desenvolve na sua literária construção. Fantástica.

    Um cordial abraço, Luiz.

    ResponderExcluir
  6. Lindas palavras... e sensível poesia.
    Parabéns, poetisa!

    Bjs!

    ResponderExcluir
  7. Ola estava passando em seu cantinho e é tão acochegante q resolvi ficar.... muito lindo seu blog....
    lindo poema...
    bjos...

    ResponderExcluir
  8. Adoro escrever e pelo visto ler também textos metalinguísticos, ou seja, é a escrita falando da própria escrita. E esse texto ao meu ver tem uma significação poética muito forte, que faz o leitor parar para interpretar todo verso lido, e ele consegue entendê-lo. E uma verdade foi dita no texto: Se estou perdido no caos que é o mundo real eu acho o meu sossego, a minha paz, eu acho a mim mesmo nos textos que escrevo. É um modo de deixar o mundo mais compreensível, do seu jeito. Você adentra em outra dimensão.
    Continue viajando nesse mundo das palavras Fran.
    Se os meus textos te inspiram, os seus comentários são de suma importância para que eu siga fazendo isso.
    Beijos,
    Caio.

    ResponderExcluir
  9. O soneto é floresta escarpada e esquecida; fora desbravado no passado, habitado e difundidas as suas flores e vozes; hoje, o gênero encontra-se reflorestado com um abandono critico que torna aqueles que fazem até mal interpretado.
    Porém, o estudo de sua linguagem é de valor importantíssimo como trova e também como expressão.
    Continue a faze-lo, e procure outrossim, estudar sua estrutura linguística, isso poderá melhorar ainda mais a construção de teus versos.

    Gostei muitíssimo de teus ultimos post's.
    Sucesso literário.

    Marcelo Portuária
    Obs. Busque e se associe: Poetas del mundo (há um sitio virtul);
    Entidade mundial de difusão da poesia.

    ResponderExcluir

Deixe aqui algumas palavras sobre o que compreendeu, a sua percepção do que leu...