1 de dezembro de 2014

• Os inícios

dezembro 01, 2014 11 Comments


Ao vício inexplicado aos dias vivos
Ao sentimento de te sentir
E a saborear seus olhos cativos
De tanto, deste mágico porvir

Quem ousaria dizer que é errado
Olhar seus olhos, sentir seu rosto ao meu
Ao dar um beijo extasiado
Seu coração me pertenceu

E sempre foi meu protetor
Quando nada se sabia dizer ao amor
Em suas mãos que se desfazem nas minhas
Desde o início acho que me tinhas

Autoria: Franciéle R.Machado

1 de novembro de 2014

• Vidro do antes

novembro 01, 2014 4 Comments

Todas as frases já escritas
Já são um eu envasado no vidro do antes
Pois são emoções restritas
Aos anos que foram , portanto a outros instantes

E quando leio essas palavras minhas
Que foram de outros dias, horas e estações
Hoje são paisagens sozinhas!
No rodar das novas percepções

É uma parte de mim embrulhada
Ali nas palavras viscerais que escrevera
E como ler sem ficar perturbada?
O que fui e senti, na verdade jamais esquecera

Só adormecera em folhas cheias de traça
Assim como fica o passado em toda a sua graça

Autoria: Franciéle.R.Machado


15 de setembro de 2014

• O quê?

setembro 15, 2014 10 Comments

O que posso citar sobre o mundo e sua rispidez?
Dessa vez não são lamúrias de uma jovem atordoada
Quero apenas silêncio imundo das mentiras criadas
Finjo que sou tola, mas acostumei-me as ciladas

Gracejas por quê? Sou áspera em silenciar
Regras para que? Se eles vão sabotar
Na rispidez do mundo imundo e pacífico
Hora abaixo de linhas médias, hora no pico

Sei lá o quê, nunca importou
Ora! Nunca entendi, só senti e vi

Autoria: Franciéle R .Machado



27 de junho de 2014

• As correntes internas

junho 27, 2014 9 Comments

Ao que estou presa?
Se não na margem estreita
Dessa imensidão dentro de mim que não podem ver

Como aquela presa indefesa
Correndo em campos árduos e a espreita
Olhares maldosos para me entorpecer

Que campos estes da paisagem ingênua e intacta?
Em um tempo que não é igual outrora
Tudo se tingiu de preto e branco de repente

Por entre secos galhos esta imagem densa e compacta
Daquele imaginário de que teria ao ir embora
E agora mais ainda é um frescor inconsequente!

(Por estar sem correntes internas?)

Autoria: Franciéle R.Machado



4 de abril de 2014

• Indecifrável

abril 04, 2014 12 Comments

Parece até que nossa voz
É um eco percorrendo o universo
Alcançando o brilho estelar que nunca termina

A constelação me tem como algoz
Pois nem sei reconhecer o inverso
Desse verso mal vestido de neblina

Parece até que a embriagada  imensidão
Com cheiro no ar de frases sem entender
Está em um lugar quase alcançável 

Embora crie-se essa ilusão
A voz está andando universo eterno a se perder
E cada vez mais fica indecifrável

Em nosso vocabulário tão infinito
Ouvir a nítida voz já é algo restrito

Só se perde universo afora, ninguém pra ouvir....

Autora: Franciéle.R.Machado

31 de janeiro de 2014

• Cegos de alma

janeiro 31, 2014 5 Comments

Não tem mais tanta graça assim
Ser a risada de seu próprio riso
E se jogar no mais íntimo, nas pautas não vistas

Porque hoje é um dia no fim
Em que escrevemos cenas, no improviso
E nos escondemos para não deixar pistas

Numa tarde incomum, onde as horas são minhas
A longos passos daquela cena mental
Que perambulava pela minha mente faceira

Não tem mais tanta graça as linhas
Que parecem se unir a debilidade habitual
E todo o tempo que se passou trouxe ideia derradeira

Se ler, escrever parece ser menos do que o ter
E aparecer nas mentiras dessas pautas escritas
Não sei me fazer de traço a ser lido e fico insólita

Pela liberdade de querer a mim mesma pertencer
Não sou e nem quero ser como objeto das revistas
E me reinvento apenas como uma eterna incógnita!

Onde aparentemente não há graça
Aos cegos de alma.

Autoria: Franciéle R.Machado