21 de fevereiro de 2019

● Contrastes sentimentais


Já estive tão longe, milhas de mim
Não podia me ver, nulo reflexo no espelho
O medo de encarar meus pesadelos

Vivi pela memória e pelo fim
Em folhas amareladas o contraste que me assemelho
Por cada suspiro de um novo dia, por que não querê-los?

E forte cada passo desprendia-se da comodidade
A letargia, sentimentos sufocados era tão natural
Eu estive perdida em páginas de um dia acizentado

Um desafio o reencontro ao meu eu sem tempestades
Cicatrizes da alma são uma espera sem final
Mas nas fraquezas deixamos nosso eu cansado

Para se encontrar na luminosidade do agora
Ouvir que cada recomeço é uma dádiva
E sentir o que for nunca será uma mordaça

Que de quem somos não podemos ir embora
Seja cruel, nossa existência é uma ave ávida
Que sente e realmente existe por onde passa

Autoria: Franciéle Romero Machado
Imagem: Oprisco (Devian Art)

25 comentários:

  1. Trás nestes versos algo inquietante e belo quando observado em nosso comportamento humano, mais do que pela arte, mas pela capacidade de refletir e buscar o sentido de suas vidas, o sentido da existência em si. Achei interessante e lindo a maneira como busca isso a partir de seus sentimentos e experiências pessoais, o modo como usa de versos para falar sobre sua visão quanto a isso, enquanto aos olhos de uma pessoa comum se resume na pergunta: Por quê?
    Se os olhos são a janela da alma, a arte é um caminho para o coração, e em cada verso, cada palavra e até mesmo cada vírgula que você escreve Fran é possível ler você, e nessa obra em específico, depois de saber quem é você fico me perguntando: Quem sou eu?
    Muito obrigado pela reflexão... Belo poema, aguardo novas obras... Beijos!!!

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    1. Fico muito grata por sua análise no poema! De várias formas nos questionamos diariamente sobre o que vivenciamos e as mudanças que buscamos a partir disso. Refletir é uma forma de nos sentirmos vivos e buscar a percepção sobre nossos sentimentos.
      A arte é um caminho que faz vermos a capacidade de nos reinventarmos, mesmo se em algum momento perdemos o rumo sobre nosso eu. Obrigada pelo seu gentil comentário, adoro suas interpretações e volte sempre. Além disso, aguardo seus poemas...saudade de lê-los. Beijos!!

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