17 de maio de 2019

● Calmaria


Meu corpo adquire 
A forma própria e imprópria
Vago por miragens sentimentais
Essas coisas imperceptiveis
Que não se nota em um fim de tarde
O obscuro pulsar da mocidade

Passa, e se arrasta a ingenuidade
Tanta busca que nunca se acaba
E vai descontínua
Numa linha além do pensar

Meu corpo já não é tão forte
E beira ao devaneio
Uma forma covarde
De relutar aos anos que fatais
Só andam em pressa

Não sei mais guardar meus segredos
E distraída sei ser feliz
De forma a ser em mim várias
Com decisões na ponta da língua
E o tudo do depois escrito
Em folhas imáginarias e impulsivas
Explosivas!

Meu corpo adquire o espaço
Que sobrou para se reclinar
Meu corpo quer caber no abraço
E quer na calmaria da sua vida se jogar

Autoria: Franciéle Romero Machado
Imagem: Oprisco 

2013

2 comentários:

  1. Fico impressionado ao ver que um poema que foi escrito há um certo tempo carregue consigo um sentido tão atual e profundo de sua personalidade,e vivência, como ae eu estivesse lendo sua contemporaneidade. Parabéns Fran, que os anos passem e sua maravilhosa escrita sempre mostre-nos que a escrita é uma forma bela e complexa de nos descrever dentre os versos, tal e qual como quando leio seus poemas e sinto as emoções presentes nele... Espero logo ler mais versos, bjs!

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  2. Agradeço pelo seu comentário e interpretação desse poema!
    Os poemas têm a capacidade de transcender o tempo e podem ser sempre atuais. Em breve posterei outros poemas! Beijos e volte sempre :D

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